Major acusado de incentivar execução de bandidos e de defensores de Direitos Humanos pode ser expuls
Uma averiguação da Polícia Militar do Rio constatou indícios de que o major Elitusalem Freitas cometeu os crimes de incitamento e publicação ou crítica indevida, previstos no Código Penal Militar.
Segundo apuração da Corregedoria da corporação, o oficial fez postagens no Facebook insulflando PMs a matarem criminosos e defensores de Direitos Humanos. Ele escreveu ainda críticas ao Curso de Formação de Oficiais deste ano. O militar também será submetido à Conselho de Justificação que poderá culminar com sua expulsão da PM.
A conclusão do procedimento da corregedoria foi publicado no Boletim Disciplinar Reservado da corporação dessa quarta-feira. A investigação será encaminhada ao Ministério Público para que seja oferecida denúncia. De acordo com o boletim, seu porte de arma deve ser revogado e sua carteira funcional, recolhida.
Em seu Facebook, Elitusalem postou um vídeo afirmando que que sua publicação sobre a morte de bandidos e defensores de Direitos Humanos foi distorcida. Ele assumiu ter escrito que para cada policial morto, 50 marginais deveriam morrer e os “Direitos Humanos” deveriam ter o mesmo tratamento. “Isso que eu descrevi não é nada novo. É algo praticado em vários estados do páis e no mundo. Chama-se protocolo de resposta”, afirmou.
O oficial acrescentou que os responsáveis pela averiguação entenderam que ele estava estimulando o homicídio descontrolado e as execuções e afirmou que possui uma linha ideológica “hoje compartilhada por muitas pessoas”.
“Muitas pessoas pensam que bandido bom é bandido morto.
E quem tem que sobreviver é o cidadão de bem. Isso é uma linha ideológica e tem que ser respeitada”, afirmou.
Sobre o Curso de Formação de Oficiais, Elitusalem afirmou que não levantou suspeição sob o edital, como afirmado na averiguação.
“O que nós falamos e afirmo agora novamente é que foi um edital cruel para as pessoas que já vinham estudando”, explicou.
O EXTRA tentou contato com o major por telefone, mas ele não retornou as ligações.
O crime de incitamento prevê pena de dois a quatro anos de reclusão e o de publicação ou crítica indevida, de dois meses a um ano.
Postado por: Fernando Almeida