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A MORTE DO PADRE MATTEO.

  • Foto do escritor: Fernando Almeida
    Fernando Almeida
  • há 1 minuto
  • 3 min de leitura

Quando a batina pesa mais que a alma: a fé oprimida por trás das máscaras religiosas.


O fato de alguém ser padre, vestir batina ou subir a um altar, sinceramente, não o coloca acima de ninguém. É apenas um homem. Um ser humano comum, sujeito aos mesmos erros, angústias e fraquezas que qualquer outro. Aliás, em muitos casos, alguns deles erram mais do que aqueles que sequer se dizem religiosos. Isso não é julgamento, é constatação. O título de “padre” não imuniza ninguém contra a dor, o colapso mental ou a solidão. É só um rótulo. E por trás dele existem histórias, sofrimentos, vontades reprimidas e um peso muitas vezes insuportável de expectativas irreais.


Essa comoção pela morte do Padre Mattheo Balzano, aos 35 anos, deveria servir para derrubar de vez essa idealização absurda que colocam sobre figuras religiosas, como se fossem santos ambulantes, máquinas de consolo e fé, infalíveis e intocáveis. Não são. Ele foi mais um que não suportou o peso cruel de uma estrutura que julga, cobra, exige, aponta… mas raramente acolhe de verdade. A Igreja, assim como outras instituições religiosas, transformou-se numa fábrica de cobranças, num teatro de aparências onde o que menos importa é o ser humano.


Na minha visão, tudo isso é uma grande fantasia. Uma ilusão bem montada que mistura fé com comércio, espiritualidade com status, e esperança com arrecadação. O nome disso é indústria da religião. A exploração da fé virou um negócio lucrativo. Enquanto uns carregam o fardo emocional em silêncio, como o padre Mattheo, outros sobem nos púlpitos para vender milagres, status e fama, tudo em nome de um deus que parece mais um produto de marketing do que uma essência divina.


A tragédia dele escancara isso. Uma morte simbólica e literal de uma estrutura que precisa urgentemente ser questionada. Não é de mais flores no altar que a humanidade precisa, mas de menos máscaras. Não é de liturgia perfeita que a alma tem sede, e sim de escuta, compreensão e verdade. A espiritualidade real não vive da opressão silenciosa, não exige perfeição e nem mata pela cobrança. Ela acolhe, entende, respeita.


Enquanto a religião seguir sustentada por vaidade, dinheiro e dogmas que sufocam mais do que libertam, outras vidas serão perdidas no silêncio. Outras dores serão abafadas por palmas obrigatórias. A morte de Matthew não pode, e não deve, ser usada como bandeira para reforçar a culpa ou o vitimismo institucional. Que seja o contrário. Que sirva de espelho para revelar tudo que está apodrecendo por dentro.


O padre morreu, mas o homem morreu antes, soterrado pela pressão, pela falta de acolhimento, pela hipocrisia disfarçada de devoção. E isso diz muito sobre o que estamos chamando de “Igreja” hoje. Se não mudar, mais padres irão cair, mais fiéis irão fugir, e a fé verdadeira continuará sendo sufocada por aquilo que mais deveria libertar.


O Padre Matteo Balsano não é uma figura histórica real. Ele é um personagem fictício da série "Soy Luna", interpretado pelo ator Ruggero Pasquarelli. Não há registro de sua morte, pois ele não existiu fora da ficção. O personagem é um patinador italiano arrogante e popular no colégio Blake South College. Mas esta mensagem serve para ajudar as pessoas pensarem que somos todos iguais falhos e passivos de qualquer coisa sobre a terra como seres reais e mortais.


Mas estas são só minhas meras opiniões.


Fernando Almeida

Blog de Informações Policiais do Brasil

 
 
 

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