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Praças refletem sobre o crime organizado em Santa Catarina.

As cenas de terror vividas em Criciúma, há poucas semanas, no maior assalto a banco da história de Santa Catarina, deixou em alerta policiais catarinenses.


A cidade de Criciúma, no sul de Santa Catarina, estampou as manchetes de publicações de todo o país e ganhou até mesmo repercussão internacional, há cerca de duas semanas.

Infelizmente, a notícia era do maior assalto a banco do Estado, que foi protagonizado por cenas de terror, com direito a criminosos fortemente armados e vítimas feitas de reféns. Segundo relatos da população, que presenciou as horas de pânico e agonia das pessoas que estavam no entorno do banco onde o assalto aconteceu, foram momentos de desespero. De acordo com a Associação dos Praças do Estado de Santa Catarina (APRASC), as cenas de terror vividas no Estado jogam luz sobre um desafio há tempos denunciado por policiais: o crime está cada vez mais organizado e a segurança pública do Brasil cada vez menos. — Há décadas o Brasil vive uma espécie de pandemia do crime, mas não há uma corrida por investimentos nessa área. O crime cometido no Sul do Estado, minimamente planejado, com homens treinados e armamento pesado, é apenas mais um alerta de que precisamos reagir — declara João Carlos Pawlick, presidente da APRASC.


Dados do crime organizado no Brasil.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ocorrido em outubro de 2020, que compila estatísticas de criminalidade no país, revelam que o número de assassinatos no país voltou a crescer, depois de dois anos de queda.


Em relação ao tensionamento do crime organizado, a falta de atenção por parte das autoridades com a segurança pública é apontada como um dos fatores mais relevantes.

Outro aumento significativo é o número de policiais mortos e de pessoas mortas em ações da polícia. Para a APRASC, o crime organizado representa uma ameaça constante aos policiais.

— Sofremos com a falta de efetivo, armamentos, munição, equipamentos de proteção individual, coletes e não há um plano de carreira decente que nos dê esperança de mudança no futuro — revela a APRASC.

Criminalidade durante a pandemia.

De modo geral, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, com o isolamento social, a criminalidade no Estado diminuiu durante a pandemia do novo coronavírus.

Entretanto, os policiais que precisam trabalhar nas ruas, ainda sentem-se desprotegidos e desamparados pelos governos.

— Durante a pandemia, policiais continuaram colocando suas vidas em risco, mesmo sem receber nenhum adicional por isso, a exemplo de outras categorias. Sem valorização, muitos caem em depressão e o número de suicídios entre policiais só aumenta — afirma o presidente.

Nesse sentido, e a fim de evitar mal entendidos na Justiça decorrentes de confrontos policiais, desde 2018, policiais militares de Santa Catarina contam com câmeras instaladas em seus uniformes.

Dessa maneira, a APRASC acredita que magistrados, promotores e corregedorias podem interpretar melhor as ações da polícia, com objetivo de evitar condenações equivocadas por disparo de tiros ou omissão de crime.

Quem responde pela insegurança?

A discussão sobre quem é responsável pela segurança pública, se Estado ou Município, vem de longa data.

Entretanto, segundo a Constituição Federal Brasileira, esse é um dever do Estado Brasileiro, ou seja, é uma responsabilidade compartilhada entre os governos federal, estadual e municipal.

Para a APRASC, o roubo em Criciúma comprova que os municípios não podem fechar os olhos para o setor, sob o argumento de que a segurança pública é missão do Estado.


— Na verdade, entendemos que é uma responsabilidade de todos: da sociedade civil organizada e da iniciativa privada, que já participa ativamente em municípios como Jaraguá do Sul, por exemplo, considerada a cidade mais pacífica do Brasil — argumenta o presidente da Associação dos Praças do Estado de Santa Catarina.


É sabido que o efetivo policial nos municípios, não só de Santa Catarina, mas, de todo o Brasil, é reduzido e a capacidade de armamento muitas vezes é superada por criminosos. Dessa forma, para a APRASC, fica a tropa e a população em constante perigo.

Além disso, a Associação acredita que, muitas vezes, há uma vitimização do criminoso e que leis mais rígidas e o combate mais efetivo à criminalização seja o caminho para garantir uma boa segurança pública.


Fonte: APRASC

Postado por: Fernando Almeida

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